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HIGHLANDER 2: A RESSURREIÇÃO


Dados Técnicos:

Nome Original: Highlander II: The Quickening
Ano de Produção: 1991
Duração: 91 minutos
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
Formato: Longa Metragem

Com: Christopher Lambert, Sean Connery, Virginia Madsen, Michael Ironside, Allan Rich e outros.

O ano de 1986 nos brindou com uma das produções cinematográficas mais interessantes já vistas. Um trabalho original cuja autoria, coube a três pessoas, Gregory Widen, Peter Bellwood e Larry Ferguson. Cuja direção ficou sob a responsabilidade de Russell Mulcahy.

Além disso, a trilha sonora do filme coube ao conjunto musical britânico Queen, cujo trabalho, como era de se esperar, foi incrível e marcante.

O filme apesar de contar com um orçamente módico de dezesseis milhões de dólares, conseguiu fazer um bom trabalho (alô Dungeons & Dragons 2) tanto de roteiro quanto no tratamento visual do filme, concedendo ao espectador uma ótima experiência.

Ocorre que o mesmo mal que atingiu Blade Runner (Blade Runner: O Caçador de Androides) caiu sobre ele. Ou seja, naufragou violentamente na bilheteria, mas acabou salvo e reconhecido por aqueles que vieram a conhecê-los pelos VHS.

Highlander (Highlander: O Guerreiro Imortal) contava a jornada de um grupo de guerreiros imortais que digladiavam entre si até que restasse um último (ao contrário do que Sandy & Junior ensinaram em “Imortal” aqui um imortal poderia morrer), a quem seria concedido um prêmio único.

Infelizmente não iremos falar aqui dele, mas sim de sua primeira e tenebrosa continuação. Highlander II: The Quickening (Highlander 2: O Imortal).

Até agora não sei o que passou pela cabeça do Sean Connery ao aceitar participar desse filme. Logo ele que fora os filmes de Jeames Bond nunca tinha se enveredado por qualquer continuação.

Todos os elogios feitos ao primeiro Highlander são totalmente desnecessários aqui. O filme é de uma falta de qualidade sem tamanho que não dá para entender como depois de algo tão bom como o primeiro filme conseguiram fazer algo tão execrável como isto aqui.

Não há nada minimamente digno de elogios aqui.

Não é por acaso que com o lançamento dos demais filmes do universo Highlander passou a ser solenemente ignorado (nunca assisti a eles, mas pelos comentários que li a respeito, jamais chegaram perto do nível do primeiro filme).

A coisa vista aqui é tão errada, que mesmo tendo mais de dois anos que assisti a este filme é possível ainda expressar sem muitas dificuldades as emoções (raiva, ódio, desprezo) que tive ao assistir o filme. Além da total incredulidade.

É de cair o cu da bunda.

Normalmente eu tento escrever com o menor número de detalhes do roteiro possível, para que algum desavisado que resolva assistir ao filme não tenha qualquer perda de experiência, por mais antigos que sejam os filmes.

Mas aqui não dá.

Não há qualquer outro jeito de falar aqui, que não mencione parte do roteiro. E que parte estupida.

Pois bem. O filme parte da premissa totalmente desnecessária de explicar perguntas do primeiro filme que muitas pessoas não estavam lá muito interessadas em saber, como o porquê de existirem vários guerreiros imortais e eles se digladiarem por um prêmio.

Então, a brilhante ideia que tiveram, foi que na realidade todos eles eram EXILADOS DE GUERRA de um distante planeta chamado ZEIST. E somente ao vencedor da competição era concedido o direito de voltar para casa, caso assim ele quisesse.

Sério, esse era todo o mote do primeiro filme, e do qual aparentemente nenhum dos combatentes tinham qualquer lembrança da sua origem. Exceto o personagem de Sean Connery – mas nesta malfadada continuação.

Além disso, mesmo em Zeist os personagens já conservavam o nome que adotaram na Terra, ou seja, as forças rebeldes de Zeist eram lideradas por um guerreiro com nome espanhol (Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez) e outro escocês (Connor MacLeod), é de um brilhantismo sem igual!

Tendo o primeiro filme se passado em 1986, esta continuação optou por abordar um futuro apocalíptico com um visual cyberpunk no então distante ano de 2024, quando Connor MacLeod (Christopher Lambert) ao vencer o torneio, optou por ter uma vida mortal e viver ao lado daquela que veio a se tornar sua esposa, Brenda Wyatt MacLeod (Karin Drexler aqui, Roxanne Hart no primeiro filme), esta que veio a falecer num cataclismo causado pela destruição da camada de ozônio em 1998.

E a partir desta destruição da camada de ozônio, Connor, ao prometer à sua esposa, enveredou em um ambiente cientifico (lembrando que ele trabalhava com antiguidades no primeiro filme) e desenvolveu junto com o cientista Allan Neyman (Allan Rich) um escudo para proteger todo o planeta. Isto já em 1999.

E desde a criação deste “escudo” a Terra vive numa eterna penumbra, enquanto que a corporação criada no entorno dele amealha mais e mais dinheiro através da cobrança de taxas de vários países para a proteção ambiental.

Ocorre que um grupo de “Terroristas Ambientalistas” liderados por Louise Marcus (Virginia Madsen) conseguem invadir os computadores da “Corporação do Escudo” e descobrem que eles estão enganando todo o planeta, pois a camada de ozônio já havia se regenerado.

E é neste contexto genial que gira a trama de Highlander 2.

Não se poderia sair nada de bom daqui, e foi o que de fato aconteceu.

A necessidade de dar um passado para os guerreiros imortais e principalmente da forma como foi feito chega a ser ofensivo para quem acompanha o filme, não é possível que não pensaram em algo minimamente melhor para sair dali.

O antagonista da trama, General Katana (Michael Ironside) é um dos vilões mais burros já apresentados no cinema, ao invés de aguardar a morte de um moribundo Connor MacLeod, ele prefere mandar dois asseclas atrás dele, e que por reabrirem o torneio restauram a juventude e imortalidade do nosso herói!

Além de permitir a ressurreição de Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez (Sean Connery) de uma forma totalmente absurda.

Os tais asseclas são tão irrelevantes, idiotas, estúpidos e irritantes que nem vou me dar o trabalho de nomear eles.

É tanta informação inútil nesse filme que isso aqui é basicamente o primeiro ato dele.

Sério, quem deu permissão para que algo assim fosse feito? Será que nenhuma alma minimamente precavida não percebeu que esse filme ia ser ruim e não abortou o projeto?

A trama é construída de uma forma totalmente confusa e cansativa, misturando conceitos que saem do nada e chega a lugar algum.

É de uma limitação singular.

Enquanto que no primeiro filme havia uma preocupação com a aventura e fantasia, nesta continuação os roteiristas preferiram adotar o cyberpunk.

E o filme a todo o momento parece fazer referências a Blade Runner (que é um baita filme, vale a pena assistir), para não dizer outra coisa (cópia). A sede da Corporação do Escudo lembra de forma descarada a da Corporação Tyrell.

Todo o espírito do primeiro filme foi jogado na lata do lixo

Os personagens não são nada cativantes, chegando a serem chatos e enfadonhos, não gerando qualquer tipo de relação mínima de empatia com eles. Não há desenvolvimento nem nada.

O protagonista é um problema sério.

Por mais que ele já tivesse sido construído anteriormente, aqui vemos uma figura apagada e sem qualquer carisma. Além de que a interação dele com o seu par romântico é aquela coisa.

No primeiro filme, havia uma preocupação por parte dele em esconder o seu nome e origem, fazendo uso de pseudônimos, mas aqui ele resolveu adotar de vez o seu nome verdadeiro. Sim, DO NADA ele muda de nome e ninguém estranha.

A volta de Sanchez não faz qualquer sentido e não deveria ter acontecido. Fizeram uso de uma gambiarra narrativa.

Apesar de que as cenas “menos piores” são protagonizadas por ele.
Ao que tudo indica o Sean Connery se divertiu fazendo o Ramirez nessa sequencia, não deve ter levado nada a sério o personagem e a trama. Até porque era o único jeito de aturar isso.

Nada aqui faz sentido.

Tem tanta coisa errada acontecendo, além de furos e incongruências com o primeiro filme que nem vale a pena continuar falando aqui.

Já os antagonistas são “bobos”, indignos de nota. Katana parece saído da galeria de vilões de Baby Geniuses (Bebês Geniais), enquanto que David Blake (John C. McGinley) é o típico empresário malvadão, sem qualquer substrato.

Principalmente John C. McGinley estava se levando a sério aqui.

Os cenários, assim como todo o filme não são lá grandes coisas, quando era necessário mostrar um plano aberto do ambiente, eles pareciam chapados diretamente em papelão, sem demonstrar qualquer tipo de solidez.

Nada que encha os olhos ou que se mostre crível.

A direção desta continuação continuou nas mãos de Russell Mulcahy, cuja maior parte da sua carreira foi dedicada à direção de vídeos clipes, mas após Highlander dirigiu vários filmes e séries, sendo os de maiores destaques Resident Evil: Extinction (Resident Evil 3: A Extinção) e The Scorpion King: Rise of a Warrior (O Escorpião Rei 2: A Saga de um Guerreiro).

Que enfrentou muitos problemas pelo controle criativo da obra por parte do estúdio, chegando ao ponto de abandonar a première do filme após 15 minutos de exibição por não concordar com o resultado (o que da para entender completamente).

Por sua vez, o roteiro desta continuação ficou ao cargo de Gregory Widen (pela criação dos personagens), Brian Clemens, William N. Panzer e Peter Bellwood.

Brian Clemens foi um roteirista com longa contribuição para filmes e séries, tendo escrito um dos episódios da série de TV Highlander.

Por sua vez Willam N. Panzer roteirizou tão somente o universo de Highlander, tendo “contribuído” para as suas continuações Highlander III: The Sorcerer (Highlander 3: O Feiticeiro) e Highlander: Endgame (Highlander: A Batalha Final), tendo sido produtor de todo o universo Highlander.

Enquanto que Peter Bellwood além do primeiro Highlander escreveu dois episódios de La Femme Nikita.

Este filme é facilmente evitável (e é até recomendável que se evite qualquer tipo de contato com ele).

Se atenha ao primeiro filme que ele é incrível e mesmo após mais de trinta anos do seu lançamento ainda continua uma maravilha de acompanhar, ainda contando com uma fantástica trilha sonora do Queen.

Caso queira enveredar por um mundo cyberpunk fique com Blade Runner, que ao contrário de Highlander ganhou uma continuação muito boa Blade Runner 2049.


Os Anjos Destruidores de Charlie

Comentários

  1. Se reclama esse tanto do filme, porque o viu?
    Esse autor é um sujeito muito estranho... tem cara de ser desses marmanjos que jogam pokemon.

    ResponderExcluir
  2. AGORA VEM FALAR MAL DE HIGHLANDER?!!? ELOGIA STREET FIGHTER E XINGA HIGHLANDER?!? TEM QUE VOLTAR PRA ESCOLA PRA APRENDER CANTAR O HINO!!

    ResponderExcluir

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