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UM OLHAR DO PARAÍSO


Dados Técnicos:

Nome Original: The Lovely Bones
Ano de Produção: 2009
Duração: 135 minutos
Gênero: Drama, Fantasia, Thriller
Formato: Longa Metragem


Com: Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Stanley Tucci e Saoirse Ronan.


Quando a ideia da “lista” começou, chegou em dado momento que o nome dos filmes a serem abordados dentro da proposta original deu uma “travada” e novos nomes não surgiam (o que é até curioso, visto que depois deu para chegar a nomes suficientes para fecharem uma nova lista).

E por conta disso, passei a procurar entre conhecidos sugestão de filmes que poderiam ser abordados aqui – mas sem detalhar em nenhum momento do que se tratava o ideal, para poder aguardar a surpresa.

Neste caminho, chegamos ao presente filme, que foi me descrito como sendo “um filme que achei tosco mas gostei”.

Portanto, não tive qualquer tipo de contato com ele antes de assisti-lo.

O filme foi baseado em um livro homônimo de autoria de Alice Sebold, cujos direitos de produção cinematográfica já estavam sendo negociados, antes mesmo do lançamento do livro, ocorrido em 2002.

Ao longo dos anos diversos estúdios e produtoras tiveram os seus nomes ligados à produção, que acabou ficando a cargo da Paramount Films em conjunto com a Film4 Productions, DreamWorks Pictures e WingNut Films.

Isto posto, vamos ao filme.

Escrever sobre ele vai acabando ser uma tarefa um tanto quanto complicada, já que ele foge totalmente do padrão que existiu até agora.

Além disto, ele foi o que eu menos fiz anotações, e das que eu fiz não sei como conseguir aproveitar a grande maioria aqui. Fazer o que, né.

É inegável que o filme é interessante e consegue prender a sua atenção, deixando conectado ao longo de todo a narrativa. Ele é com sobras o melhor da lista até agora.

O longa é ambientado na primeira metade dos anos de 1970, indo de dezembro de 1973 até dezembro de 1975, tendo como foco geral da trama os eventos decorrentes do brutal assassinato da menina Susie Salmon (Saoirse Ronan), partindo desta premissa para mostrar como cada um há sua volta, em menor ou maior grau lidou com a tragédia. Sejam os seus familiares, o garoto de quem gostava, sua melhor amiga, seu assassino, e ela própria.

Desde o início do filme já estamos cientes de que Susie se encontra morta, o início é totalmente voltado por adotar um tom “memorial” em que ela relembra os seus dias enquanto viva, no convívio de sua família, constituída por seus pais Abigail (Rachel Weisz) e Jack Salmon (Mark Wahlberg), seus dois irmãos mais novos Lindsey (Rose McIver) e Buckley Salmon (Christian Tomas Ashdale), além de sua avó materna Lynn (Susan Sarandon), o despertar de seu primeiro amor para com Ray Singh (Reece Ritchie), além de sua melhor amiga Clarissa (Amanda Michalka).

Encerrando o primeiro ato no momento da sua morte pelas mãos de seu vizinho George Harvey (Stanley Tucci).

Desta maneira, somos jogados a duas tramas que ocorrem de maneira paralela e se intercalam no filme, uma voltada para o “mundo dos vivos”, e de como a sociedade lidou com o brutal crime, e o outro ao “plano espiritual” em algo que pode ser entendido como uma espécie de limbo, em que Susie tenta aprender a lidar com o acontecido, além de manter um contato direto com o outro mundo e ver como todos estão “avançando” após a sua partida.

Esta realidade é dotada de uma compreensão totalmente idílica e fantasiosa em que não há qualquer piso na realidade e na qual é possível replicar pontos do mundo dos vivos nele.

Nela, Susie acaba conhecendo a misteriosa Holly Colightly (Nikki SooHoo), que é a responsável por tentar ajuda-la a superar aquele momento e poder seguir adiante.

Aqui parece que alguém abusou do LSD pela viagem lisérgica que acontece em alguns momentos nesta realidade.

Assim, a jornada narrativa acaba construída no entorno da dificuldade de seus pais, cada um a sua maneira lidarem com o óbito; em que o pai acaba desconfiando de todos à sua volta até atingir um estado paranoico, e a mãe não suporta a pressão da perda.

Enquanto que os irmãos, até mesmo pela diferença da idade, lidam cada qual a sua maneira com o óbito, Lindsey, a mais velha, ciente de tudo o que aconteceu, enquanto que Buckley por ainda ser uma criança não sabendo o que é a morte e o fim que ela representa, mas mostrando diversas vezes traços de conexão psíquica com sua irmã, além de uma relação divertida com sua avó que vem ao socorro do lar.

Ainda há a forte presença do vizinho George Havey, uma figura estranha capaz de criar desconfortos em todos em razão de sua caracterização e forte presença de cena.

Aqui não há muito o que comentar sobre Clarissa, cuja participação se reduz bastante ao longo do filme dando a entender o quão facilmente ela foi capaz de superar a perda da amiga.

Enquanto que Ray Singh sente o luto pela perda, mas vai lentamente tentando "avançar", contando para isso com a contribuição de Ruth Connors (Carolyn Dando), uma colega de escola de Susie que é capaz de vê-la mesmo após a morte.

É importante destacar a forte presença de cena de Stanley Tucci como George, há todo momento passando a repulsa necessária que deve ser desenvolvida para com um personagem como uma presença tão negativa, isso num filme que contou com uma ótima atuação de Saoirse Ronan.

Rose McIver como Lindey Salmon também vai muito bem, passando por um grande processo de amadurecimento ao longo do filme.

Por mais que tenha sido um filme muito acima da média para os padrões que tivemos até agora, não o torna isento de “falhas”, sendo duas que mais chamaram a atenção.

Em uma delas, que inclusive o próprio roteiro soube “brincar” com a situação, que foi como se deu o sequestro e morte de Susie.

Afinal, ele foi assistido com os olhares de alguém vivendo em 2019, o que torna difícil de acreditar que alguém que era mostrada como uma figura “esperta” para a sua idade fosse capaz de cair no papo que levou à sua captura. Há todo momento piscava o alerta de que “minha filha isso vai dar merda, não caia nessa ladainha besta não!”.

Só que como é dito logo no início do filme, o rapto/sequestro e morte de crianças não era algo comumente reportado na época em que o filme se passa, tendo as caixas de leites com o rosto de crianças desaparecidas surgido anos depois.

Já o segundo momento não convém aqui entrar em detalhes porque atrapalha a experiência do filme

É algo inesperado.

Como mencionei lá atrás a produção do filme ficou a cargo de três empresas, a Film4 Productions, a WingNut Films e a DreamWorks Pictures, sendo esta a mais conhecida delas, com produções das mais variadas que vão de EuroTrip (EuroTrip – Passaporte para a Confusão) à Transformers.

A Film4 Productions apesar de não ser muito conhecida, possui em seu catalogo a produção de diversos filmes de sucesso no meio artístico, como 12 Years a Slave (12 Anos de Escravidão), Elizabeth, Ex Machina (Ex Machina: Instinto Artificial) e Trainspotting (Trainspotting – Sem Limites).

Enquanto que WingNut Films é a responsável pela produção dos filmes do diretor Peter Jackson, como as trilogias The Lord of Rings (O Senhor dos Anéis), The Hobbit (O Hobbit), além de King Kong.

Peter Jackson que também foi o diretor e roteirista de Um Olhar no Paraíso, nesta função juntamente com Fran Walsh e Philippa Boyens, sendo elas companheiras de longa data de Peter Jackson na roteirização dos filmes, Fran Walsh, desde 1989 com Meet the Feebles (Conheça os Feebles), e Philippa Boynes em 2001 com o The Fellowship of the Ring (A Sociedade do Anel).

No que se refere à trilha sonora, ela é competente, tendo conseguido consectar ao longo do filme, apesar de que senti uma grande falta de Susie Q de Creedence Clearwater Revival que foi reiteradamente citada no filme.

Aquele foreshadowing era mesmo necessário?


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