Dados Técnicos:
Nome
Original: Highlander III: The Sorcerer
Ano
de Produção: 1994
Duração: 99
minutos
Gênero: Ação,
Fantasia, Romance
Formato: Longa
Metragem
Com:
Christopher Lambert, Mario Van Peebles, Deborah Kara Unger, Mako
Highlander
III
é antes de tudo uma tentativa de volta às origens, é tentar apagar da lembrança
de todos o que não foi Highlander II (o que é difícil). Tanto que vários
dos cenários mostrados no final original foram aqui revisitados, tal qual Nova
York e as terras escocesas ligadas à origem do protagonista, e houve a
tentativa de uma batalha entre imortais muito mais centrada. Ignorando
totalmente aquela patuscada de guerra alienígena e escudo que condenou a Terra a
uma escuridão eterna.
Não
que este filme seja algo fantástico e inovador, como o primeiro filme foi à sua
época, longe disso, mas comparado com seu predecessor, mais parece uma obra
prima.
Afinal
de contas, Highlander II foi uma bizarrice sem tamanho, nos brindando
com uma história confusa, sem pé nem cabeça e cenários constrangedores.
Em
O Feiticeiro acompanhamos Connor MacLeod (Christopher Lambert) ao
longo de três períodos históricos.
O
primeiro, ainda no Século XVI, após as mortes de sua esposa Heather (Beatie
Edney) e de seu mestre Juan Sánchez-Villalobos Ramirez (Sean Connery), mostradas
no filme original. Ele vai até o Japão treinar sob os cuidados do imortal Nakano
(Mako), quando são atacados por Kane (Mario Van Peebles), um imortal
ainda mais perigoso (e excêntrico) do que Kurgan (Clancy Brown). Kane
derrota Nakano, mas acaba selado juntamente com seus dois subalternos,
também imortais.
Por
força da presença desses três novos imortais há um retcon do final do
filme original, e Connor jamais recebeu o seu prêmio, sendo forçado a
viver com sua imortalidade (fora o fato de ele não lembrar de três pessoas que
já cruzaram o seu caminho, e seriam essenciais para a concretização do prêmio.
Dava para terem montado uma desculpa melhor do que essa, hein).
No
presente (1994), a caverna que Nakano habitava se torna um local mítico
e de profundo interesse arqueológico, obviamente ela acaba sendo localizada
pelo governo japonês (e só, a presença deles não tem qualquer tipo de
repercussão), em um trabalho que aparentemente é comandado pelo Dr. Fuji
Takamura (Daniel Do), algo que nunca fica claro. Ainda assim, eles contam
com a presença da arqueóloga Alex Johson (Deborah Kara Unger), que é uma
grande estudiosa do tema.
Em
meio ao encontro dos registros arqueológicos, eles acabam libertando o grande
mal que ali dormia, e assim a guerra dos imortais recomeça.
Os
caras ficaram quatrocentos anos trancafiados num local, sem nenhuma fonte de
alimentação e saíram como se nada tivesse acontecido. Por mais que sejam imortais,
ao menos deveriam ter definhado um pouco.
Enquanto
isso MacLeod vive ao lado de seu filho John (Gabriel Kakon) em Marrakesh.
Aqui há outro problema, afinal, ele segue vivendo com sua identidade falsa de Russell
Nash, mas opta por dar ao garoto o sobrenome MacLeod, que seria de
alguém a muito falecido. Para alguém que era tão cuidadoso no filme original, é
um erro e tanto.
Brenda
Wyatt (Roxanne Hart) com quem ele havia se juntado ao final do
primeiro filme, morrera em um acidente automobilístico em 1987 na Escócia, o
que deixara o Tenente da Polícia de Nova York John Stenn (Martin
Neufeld) cismado com ele e que de alguma forma ele estaria envolvido com os
incidentes de 1985. Aqui somos brindados com outro desperdício, afinal,
poderíamos imaginar a presença de uma subtrama policial em que o agente estatal
agiria para, enfim, colocar luz em algo a muito em aberto. Só que as ações dele
possuem pouca repercussão na trama e ele é ignorado totalmente no terceiro ato.
Aliás,
a parte envolvendo os policiais fazem qualquer sentido ao longo do filme. Como,
a total incompetência em acompanhar os passos de MacLeod, sério, há um
encontro dele com Kane que qualquer pessoa com um pouco mais de tino
teria se aproximado do local e visto o que estava acontecendo.
Ou
mesmo quando ocorre um sequestro, e os policiais não dão bola para os suplícios
de MacLeoad, o sequestrador realizando os maiores absurdos possíveis no trânsito
e nenhuma viva alma para avisar aos policiais o que estava acontecendo e eles
concatenarem as ideias.
A
sensação que passa ao final de tudo, é que esse núcleo foi mais para enrolar e
aumentar o tempo de filme, já que na prática não servem para nada.
O
terceiro período histórico que somos brindados é o mais curto dos três, onde
acompanhamos MacLeod durante o período da Revolução Francesa em que
somos obrigados a ver mais uma de suas desventuras amorosas e descobrimos que Alex
Johson é a reencarnação de Sarah Barrington, a paixão de
nosso protagonista daqueles dias.
Sério,
depois de uma guerra de ET’s, agora eles me veem com reencarnações, tenho até
medo de que ideia sem noção eles podem inventar para o quarto filme.
Enfim,
voltando para esse filme.
Falar
dos personagens de uma maneira em geral é bastante difícil, já que a presença
da grande maioria é totalmente esquecível. Tanto que os mais destacáveis são os
policiais e eles são sumariamente ignorados de uma hora para outra.
Os
vilões se deslocam com muita rapidez do Japão para os Estados Unidos (Nova
York), não há nada que indique quantos dias se passaram e do nada eles atravessam
meio mundo. Fora a facilidade com que eles se adaptam às tecnologias modernas,
com uma rapidez incrível Kane já estava dirigindo um carro por aí.
Kane mesmo
só tem ao seu favor seu visual excêntrico que chama bastante a atenção
em tela, mas não contou como um grande desafio, forçando MacLeod dar
tudo de si ou buscar uma estratégia inovadora para superar o oponente.
As
lutas guardam outro ponto de problema, em que por diversas vezes você se pega
questionando o porquê de determinado personagem ter tomado essa ou aquela
atitude ao invés de uma outra que seria muito mais coerente para o momento.
Tanto
que se não fosse pelo poder do roteiro, o filme teria acabado na metade.
Aliás,
aparentemente agora quem derrota o oponente absorve as habilidades do
derrotado. Só que isso implicaria em MacLeod ser bem mais poderoso do
que se mostra tendo em vista o tanto de oponentes que ele derrotara no filme
original.
Alex
Johson é outra personagem problemática do filme. Tem horas que ela
se porta de maneira genial, como realizar uma pesquisa para traçar a origem
histórica de um personagem com base em tão somente um pedaço de pano localizado
numa caverna, mas em outra é incapaz de fazer uma dedução lógica/óbvia com base
no tudo o que ela já tinha vivenciado para saber que Russell Nash é Connor
MacLeoad sendo necessário ele falar abertamente disso.
A
facilidade com que esse povo “se apaixona” e tem um envolvimento emocional
nesse filme é meio abrupto.
Apesar
de tudo, o filme não chega a ser tão irritante e avança rápido, o que é bom,
ninguém merece ter que lidar com outro Highlander II.
Quatro
nomes estiveram envolvidos no roteiro. Brad Mirman, William N. Panzer,
Paul Ohl e René Manzor. Curiosamente todos eles não contam com
grandes trabalhos em seu currículo, enquanto o nome de William N. Panzer
se destaca por estar envolvido nos roteiros de todos os Highlander, com exceção
do primeiro. O que é algo sintomático.
Ao
menos eles colocaram no texto que os imortais são estéreis.
Mas
todos os imortais são homens?
Já
a direção foi de responsabilidade de Andrew Morahan, que conta em seu
portifólio com vários trabalhos ligados à produção de videoclipe.
Teria
sido muito mais inteligente fazer um filme fechado dentro do Japão do Século
XVI. Uma “história perdida dos dias de luta”.
Definitivamente,
o ideal é ficar só no primeiro e esquecer o resto.
Baby
shark, doo doo doo doo doo doo
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