Dados Técnicos:
Nome Original:
Street Fighter
Ano de Produção:
1994
Duração:
102 minutos
Gênero:
Ação
Formato:
Longa Metragem
Com: Jean-Claude Van
Damme, Raúl Juliá, Ming-Na Wen, Damian Chapa, Kylie Minogue, Byron Mann, Roshan
Seth e outros.
Street Fighter (Lutadores
de Rua) é uma franquia de jogos
iniciada em 1987 pela produtora de jogos japonesa Capcom tendo conquistado o seu maior sucesso com a sua segunda
edição, Street Fighter II: The World
Warrior (Lutadores de Rua II: O Guerreiro Mundial), jogo este que foi uma
verdadeira coqueluche no início dos anos de 1990, atingindo números superiores
a 20 milhões de unidades vendidas em todo o mundo, quando somadas suas variadas
versões.
Assim, no embalo do
sucesso alcançado pelo jogo, a Capcom
juntamente com a Sony buscou replicar
o resultado em outras mídias, sem, contudo, levar aos mesmos resultados.
Desta forma, os fãs e
não fãs acabaram brindados em 1994 com o filme Street Fighter II: The Animated Movie (Lutadores de Rua II: O Filme
Animado), e em 1995 com duas séries, uma americana, Street Fighter – The Animated Series (Lutadores de Rua – A Série
Animada), e outra japonesa, Street
Fighter II V (Lutadores de Rua II V), que foi de longe a melhor das
adaptações.
Porém, não será de
nenhum dessas adaptações que iremos falar hoje, mas sim do filme live-action de
1994.
Acho que posso dizer
que ela é a primeira “grande produção” que passa por aqui.
E menos pela
qualidade do filme em si – que é bem questionável – e mais por parte do nome de
alguns dos atores envolvidos, como Jean-Claude
Van Damme e Raúl Juliá (coitado,
merecia algo melhor como último trabalho).
A lembrança mais
antiga que tenho desse filme foi quando o SBT anunciou a sua exibição numa “Tela
de Sucessos” (esse programa ainda existe?) e eu todo empolgado por poder
assistir a aquele filme com os personagens que eu costumava jogar (muito mal)
no vídeo game.
Mal sabia eu a canoa
furada que estava embarcando...
Como já deu para
notar, não tenho boas impressões sobre o filme. Ele é bem ruim e deixa bastante
a desejar, e mesmo no alto dos meus nove (?) anos já tinha notado aquilo.
O problema todo
começa na parte da “adaptação” do produto.
Afinal, o jogo no
qual foi baseado possuía uma estrutura relativamente simples. Você pegava um
personagem e iria enfrentando uma série de adversários pelo mundo até chegar ao
desafio final. E ao derrotar ele, você era coroado como o maior dos lutadores.
A estrutura era
simples, mas tinha um problema enorme. Como seria possível adaptar isso da
melhor forma possível?
Como eu já disse, Street Fighter II V foi a melhor
adaptação do jogo para o mercado áudio visual, mas como foi possível a ela
conseguir isso?
Primeiramente foi a capacidade
de criar personagens carismáticos e marcantes. Quem não se lembra de todo o
treinamento do Ryu para usar o Hadouken?
Além disso, houve
ainda a maneira e forma como cada personagem do jogo era apresentado na trama e
a sua integração com a mesma, certamente aconteceram falhas, como o Balrog (além de outros que sequer foram
apresentados), mas de uma maneira geral o saldo foi bastante positivo.
E a série focava nas
viagens dos protagonistas Ryu e Ken para vários pontos do mundo.
Só que era uma série
de televisão, e mesmo tendo o seu final antecipado, ela contou ainda com vinte
e nove episódios.
Ou seja, um tempo
muito maior para trabalhar toda a gama de personagens dos jogos em relação a um
filme com pouco mais de uma hora e meia de duração.
Desta maneira, o
roteiro acabou por concentrar os personagens em um só lugar, na fictícia Shadaloo (que nos jogos é a organização
secreta comandada por Bison), e o
resultado acabou não sendo dos melhores.
Afinal, um total de
quinze personagens dos jogos foram usados (jogados) no filme, deixando bastante
a desejar na apresentação deles.
Outro problema foi
quanto à troca dos protagonistas, enquanto que nos jogos esse posto cabe a Ryu (mais a ele) e Ken, no filme ele foi transferido a Guile, que ganhou uma nova patente militar, ao invés de Capitão, agora
é Coronel.
E assim, somos
lançados em uma guerra entre as Nações Aliadas, e seus boinas azuis liderados
por Guile (Jean-Claude Van Damme)
contra o tresloucado General M. Bison
(Raúl Juliá), que fizera diversos reféns e exigia um polpudo resgate no prazo
de setenta e duas horas em troca deles.
Cabe agora ao Coronel
Guile encontrar essa base e impedir
que algum mal caia sobre eles!
A trama é essa,
estrutura bobinha e simples, e a partir daí os personagens de Street Fighter II (e até mesmo um que
seria apresentado em outro jogo a
posteriori) vão dando as caras no filme (exceção feita a Fei Long).
Assim temos Cammy (Kylie Minogue), T. Hawk (Gregg Rainwater) – que eu nem lembrava
que estava no filme – e Charlie Blanka
(Robert Mammone) – sim, dois em um –, como subordinados de Guile; Chun-Li (Ming-Na
Wen), Honda (Peter Navy Tuiasosopo) e
Balrog (Grand L. Bush) como jornalistas
– muito embora Honda e Balrog ainda mantivessem as suas características
de lutadores do jogo, aquele foi transformado de japonês em havaiano –; Ryu (Byron Mann) e Ken (Damian Chapa) como trambiqueiros de segunda que têm uma
jornada de “iluminação” ao longo do filme; Sagat
(Wes Studi) e Vega (Jay Tavare) como
contrabandistas; Zangief (Andrew
Bryniarski) e Dee Jay (Miguel A.
Nuñez Jr.) como subordinados de Bison;
e, um Dhalsim (Roshan Seth) totalmente
descaracterizado como um médico escravo de Bison.
Uma salada que só.
É difícil saber o que
foi pior, a caracterização dos personagens ou a grande maioria dos atores
atuando. Que coisa sofrível foi a combinação que saiu disso!
Exceto por Raúl Juliá e seu Bison.
E olha que por conta
da sua saúde já fragilizada pelo câncer, o ator em nada lembrava a imagem do
robusto Bison dos jogos.
Mas nada que
impedisse a atuação monstruosa e magnífica do ator porto-riquenho! Ele tomou o
controle da tela para si e sobrou com facilidade sobre os demais atores.
Já Jean-Claude Van Damme que deveria “rivalizar”
com ele, deixou muito a desejar como Guile.
Não só ele, Ryu e Ken foram transformados em dois palermas que ninguém consegue criar
o menor vínculo ou simpatia. Em dado momento do filme eles juntamente do trio
da imprensa viraram meros espectadores e torcedores ferrenhos do Guile.
O Blanka ficou parecendo um “cospobre” do Hulk do Lou Feringo. Que coisa horrível
saiu dali. Naquela época já existiam efeitos práticos e maquiagem capazes de
produzirem um resultado muito melhor do que aquilo que saiu.
Ou todo o orçamento
do filme – 35 milhões de dólares – foram gastos nos salários de Van Damme, Raúl Juliá e Roshan Seth
(o que fizeram com você nesse filme) e em algumas locações externas?
Nada justifica o
resultado podre do Blanka.
Nada justifica um
tanto de coisa e escolha desse filme.
Em dado momento do
filme até que havia uma boa química e interação entre Honda e Balrog.
Acho que a função de Cammy e T. Hawk eram se mostrar como uma dupla de incompetentes.
Zangief
um apalermado que é feito de bobo por todos.
O Vega parecia um ator pornô.
O Dee Jay era para ser o alívio cômico do
filme, só que você acaba rindo o filme todo, de nervoso. Era isso ou a raiva.
Pessoa perde o cabelo
do nada.
Pessoa aparece do
nada com um dente quebrado. Erro de continuidade? Falta de cuidado com o ator
que se machucou? Ou eu mais uma vez desatendo?
Porque um barco
furtivo tem o nome do “proprietário” nele?
Os soldados genéricos
do vilão são bem medíocres.
Um ship que surge do nada, sendo que a todo
o momento parecia que seria com outra
pessoa. Como óbvio, não faz qualquer sentido.
Mas a cena mais
patética de todas foi quando do nada há uma explosão e vários personagens fazem
a pose da vitória dos seus nos jogos. Sério que isso foi uma tentativa de
agradar alguém? Isso agradou a alguém?
Parece que todo o
cuidado e trabalho para fazer as cenas de luta foram concentradas na principal,
porque tem outras que parece que vai, mas não vira.
Menção honrosa para
parte da luta entre Zangief e Honda em que os dois se enfrentando
sobre a maquete da Cidade Bison (Tinha outro nome? Já esqueci) como nos filmes
com kaijuus.
Mas é só.
O roteiro e a direção
do filme ficaram a cargo de Steven E. de
Souza, que até onde eu saiba não é parente meu.
E como deu para
notar, não fez um bom trabalho, nem no roteiro, nem na direção.
Como roteirista ele
teve alguns trabalhos de destaque antes do presente filme. Como Die Hard (Duro de Matar), Die Hard 2 (Duro de Matar 2), Commando (Comando Para Matar), The Flintstones (Os Flintstones: O
Filme), Beverly Hills Cop III (Um
Tira da Pesada III), e após, Judge Dreed
(O Juiz) e Lara Croft Tomb Raider: The
Cradle of Life (Lara Croft: Tomb Raider: A Origem da Vida).
Alguns acertos antes
e muitas bombas depois. Motivos mais do que suficientes para odiar ele.
Já na direção, não tiveram
coragem de deixar muitas coisas em suas mãos, sendo o seu trabalho mais notável
fora de Street Fighter o primeiro episódio
de Tales from the Crypt (Contos da
Cripta).
Ao que parece
resolveram apostar nele como roteirista por conta de Duro de Matar apostando
que ele poderia fazer um bom filme de ação novamente.
Só que o tiro acabou
saindo pela culatra.
Já a direção, não há muito
que ser dito. Ela é ruim, confusa e as cenas de ação são uma droga.
Por isso vou falar
mais uma vez. Como foi foda o Raúl Juliá.
Dito isto, Street Fighter não é um filme que você
deva esperar alguma coisa, a não ser ver a perda que é não termos mais um cara
com o talento do Raúl Juliá.
Se você é fã dos
jogos encare mais como uma livre, LIVRE,
MUITO LIVRE, totalmente descompromissada, adaptação dos personagens que você já conhece, e só mesmo para
a possibilidade de ver eles em tela, porque se for querer ver algo que seja lá
muito fiel aos jogos, vai é passar mais raiva ainda.
Talvez com o espírito
leve e descontraído você consiga se divertir com o filme, eu mesmo consegui
esboçar um sorriso algumas vezes.
Ainda bem que o filme
não é arrastado. Deu muito menos dor de cabeça que outro aí...
Por conta do nome e
de ninguém saber a bomba que estavam para assistir, o filme foi um enorme
sucesso (para o que era esperado dele) tendo lucrado quase cem milhões de
dólares.
Chegaram a lançar uma
versão de Street Fighter II com as
imagens dos atores como os personagens (como tiveram coragem de usar aquele Blanka, esse povo não tem noção de
vergonha?), algo na pegada dos jogos de Mortal
Kombat (Combate Mortal).
Graças aos créditos
de encerramento descobri que há uma música tema de Street Fighter escrita e interpretada pelo Ice Cube.
Também não sabia que
existia uma cena pós-créditos neste filme. E bem... ela é totalmente desnecessária
e sem sentido, visto que o Raúl Juliá
veio a falecer pouco antes do filme ser lançado. Para quê colocar ela?
Alguém reparou que
não falei do Sagat? Pois é, só me
lembrei dele agora, e olha que ele teve um bom tempo de tela.
O Imortal Ressurge!
O cara fala mal do filme so porque jogava feito Noob o jogo. Patético esse blogueiro, tem inveja do trabalho alheio e fica so criticando!
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