Dados Técnicos:
Nome Original:
Charlie’s Angels: Full Throttle
Ano de Produção:
2003
Duração:
106 minutos
Gênero:
Ação, Aventura, Comédia
Formato:
Longa Metragem
Com: Drew Barrymore,
Lucy Liu, Cameron Diaz, Bernie Mac, Demi Moore, John Foryshte e outros.
Charlie’s Angels (As
Panteras) foi originalmente uma série de TV de muito sucesso da metade final
dos anos 1970 e início dos anos 1980, que contou no total com 158 episódios ao
longo de cinco temporadas. Tendo sido criada por Aaron Spelling, Leonard
Golderg, Ivan Goff e Ben Roberts.
Mesmo passados quase
quarenta anos do seu término, a mesma ainda goza de imensa reputação, tendo
influenciado diversas séries e filmes que surgiram a posteriori, mas sempre
seguindo a premissa básica de um grupo de jovens mulheres (normalmente três) que
integram uma agência de detetives particulares.
Curiosamente a sua
formação mais clássica formada por Kelly
Garret (Jaclyn Smith), Sabrina Duncan
(Kate Jackson) e Jill Munroe (Farrah
Fawcett) aconteceu apenas na primeira temporada, tendo as duas últimas
abandonado a série ao longo das temporadas vindouras (Kate ao final da terceira
e Farrah logo na primeira, mas com aparições especiais nas seguintes por força
de contrato).
Não vou me aprofundar
muito com relação a série porque vi um ou outro episódio e isso já tem mais de
quinze anos, não sendo, portanto, o mais adequado para fazer qualquer
comentário sobre ela.
Mas aqui estamos
diante de Charlie’s Angels: Full Throttle
(As Panteras Detonando), sequência do filme homônimo ao da série de TV que em 2000
alcançou bons resultados nas bilheterias e impulsionou esta sequencia que
iremos enfrentar.
Já notei que vai ser
um texto difícil de escrever, mas vamos lá.
Muito embora este
filme seja uma sequencia, não há qualquer necessidade de ter acompanhado o
filme anterior para se ambientar neste, já que há uma rápida introdução ao
conceito do que são as “Panteras” no filme.
É estranho notar que
estes dois filmes podem ter sido o primeiro passo para algo tão em moda em
Hollywood que é o reboot/continuação
cujos principais nomes são a nova trilogia de Star Wars e Jurassic World.
Visto que as encarnações da série de TV são consideradas e é o mesmo Charlie ao longo de todas as versões
(John Forsythe).
Assim como no
primeiro filme o trio protagonista ainda é formado por Natalie Cook (Cameron Diaz), Dylan
Sanders (Drew Barrymore) e Alex Munday
(Lucy Liu). O papel de Bosley desta
vez coube a Bernie Mac – em
substituição a Bill Murray – e coube
a ele juntamente a John Cleese foram
os responsáveis pelos melhores momentos de humor do filme.
O que pode ser
descrito como a marca do filme é o exagero. EXAGERO mesmo, do início ao fim, é algo
que aconteceu de maneira corriqueira e constante. E em muitas das vezes os
responsáveis pelo filme acabaram por perder a mão e transformar em algo
extremamente forçado.
E isso é algo que
acontece logo na sequencia inicial do filme.
Quando o grupo em uma
tentativa de fuga na Mongólia se encontram no alto de uma barragem fugindo de
um grupo mercenário, na frente um tanque de guerra e atrás deles um sujeito com
um lança-foguetes, os dois “atacam” ao mesmo tempo e a única saída é jogarem o
caminhão em que estão do alto da barragem, nisso, durante a queda, tiram um
helicóptero que estava escondido dentro do caminhão e conseguem salvar todos.
Só com isso da para
se ter uma noção do que vamos encontrar no filme. Ou você abraça a ideia ou não
vai conseguir se manter conectado ao filme.
Que foi o que
aconteceu comigo.
A pergunta que fica é
“para quê tudo isso?”. Sério, não há a menor necessidade de partir para uma
apelação desse nível.
Ao longo da primeira
parte, antes de haver todo o estabelecimento do plot, o que mais se pensa é “porque resolvi assistir a esse filme?”.
E é algo que toma os
primeiros vinte minutos.
E o objetivo do filme
é simples. Dois anéis especiais que combinados são capazes de revelar a
identidade de todos aqueles que vivem com novas identidades no programa de proteção
às testemunhas do governo americano foram roubados, e é a missão delas fazerem
isso antes que muitas vidas inocentes sejam ceifadas!
A partir disso, e com
a primeira morte, começa aquele show performático todo, seja na caracterização,
seja na investigação, tudo para tentar descobrir tanto quem roubou os anéis quanto
quem é o responsável pelas mortes.
Nisso, se destaca
fortemente Cameron Diaz, que é a que
consegue agir com a maior naturalidade com nos mais diversos tipos em que é
sujeita.
Ao mesmo tempo somos
jogados a tramas paralelas sobre a vida de cada uma das protagonistas, e como
elas são obrigadas a lidar com a dualidade da função de detetives/espiãs com a
vida comum.
Alex esconde do pai
(Cleese) que é uma detetive, e este por conta da forma como a história dela é
contada por Jason (Matt LeBlanc)
acaba por achar que a filha leva uma vida como prostituta ao lado das duas
amigas, em diálogos recheados de duplo sentido. E é aí que se destaca como
disse lá em cima, a genialidade de Cleese,
que sem dizer uma palavra é capaz de nos fazer rir, só com as suas reações.
Por sua vez Natalie passa a viver junto do namorado Pete (Luke Wilson), e como a relação do
casal pode influenciar as Panteras, e um misterioso pedido.
Por fim, temos Dylan tentando se encontrar no mundo e
dar um sentido à sua vida.
Curiosamente o arco
de Natalie Cook é o que toma mais tempo,
e é o único que sequer tem qualquer influência sobre o ramo principal da
história. Uma tentativa desnecessária de drama sem qualquer resultado prático.
Mais parece que
pegaram dois roteiros de uma série de TV e misturaram eles sem qualquer tipo de
cuidado para costurar as histórias e dar a elas um sentido coeso.
Fica aquele ar de “não
era para isso estar aqui”.
As cenas de ação e
luta do filme são completamente exageradas e desrespeitam a todo instante as
leis da física com piruetas e golpes extravagantes.
Para quem não se
importa é um deleite.
Fora a total ausência
de noção de tempo e espaço no filme, grandes e pequenas distâncias são
percorridas ao mesmo tempo quando é conveniente. Não há elipse que dê conta.
Um destaque fica por
conta do numeroso e estelar elenco de apoio que aparece ao longo do filme em
pequenas pontas.
Crispin Glover
parece não ter envelhecido nada de Back
to The Future (De Volta Para o Futuro) até aqui.
Outra questão é o
tanto que abusam nos closes sexuais das três protagonistas e na ex-Pantera Madison Lee (Demi Moore), por mais que exista
uma “necessidade” em explorar a sensualidade dos “Anjos”, eles perderam a mão e
abusaram.
Demi Moore que um
caso à parte no filme, agindo sempre com sensualidade e superioridade a todos à
sua volta. Quando ela aparece toma conta da cena.
Algo que ajudou o
filme foram os atores não se levarem a sério nos papéis, gerando uma “leveza”
importante.
O melhor jeito de
aproveitar o filme é da forma como os atores fizeram, sem levar ele a sério.
E como foi divertido
ver Bernie Mac atuando, todas as suas
passagens foram extremamente divertidas e causaram risos, ele tinha um ótimo timming para o humor. Teria sido
sensacional ter visto ele e John Cleese
juntos em ação, teriam nos presenteado com ótimas passagens.
Um jovem Shia LaBeouf ficou um bom tempo em cena,
mas nem sei o que falar dele. Só fica pelo registro.
A direção do longa
coube à McG que já havia desempenhado
a mesma função no primeiro longa. Além dos dois “Panteras” seu outro trabalho mais
conhecido na direção é em Terminator
Salvation (O Exterminador do Futuro: A Salvação), mas alcançou maior
destaque como produtor executivo de séries televisivas, sendo os seus maiores êxitos
Supernatural e Chuck.
Já o roteiro ficou a
cargo de John August, Comarc Wibberley e Marianne Wibberley, além dos créditos a Ivan Goff e Ben Roberts,
escritores da série.
John August
carrega em seu currículo alguns nomes sonantes de obras que fora responsável pelo
roteiro. Charlie and the Chocolate
Factory (A Fantástica Fábrica de Chocolates), Corpse Bride (A Noiva Cadáver), Frankwenweenie,
além do vindouro Aladdin.
Por sua vez tanto Marrianne Wibberley quando Comarc Wibberley ostentam algumas “pérolas”
do cinema como The 6th Day (O 6º
Dia), I Spy (Sou Espião), National Treasure (A Lenda do Tesouro
Perdido) e sua continuação National
Treasure: Book of Secrets (A Lenda do Tesouro Perdido: Livro dos Segredos),
além do segundo Bad Boys.
Em termos de
orçamento e receita o filme gastou bem mais do que o primeiro e obteve quase o
mesmo retorno financeiro, o que abortou uma terceira jornada cinematográfica daquela
equipe.
Ocorre que agora em
2019 uma nova encarnação dos Anjos de Charlie irão ganhar as telas com direção
de Elizabeth Banks, nem sei o que
esperar do que está por vir.
Quatro Fantásticos
Vc pegou leve com esse filme, manteve a coerência e a frieza para analisar esse show de horrores que é esse filme. Esse é um daqueles filmes que deveriam ser enterrados em um bunker com lixo radioativo num planeta remoto e jamais falar dele novamente.
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