Dados Técnicos:
Nome Original: Roberto Carlos em Ritmo de Aventura
Ano
de Produção: 1968
Duração: 97
minutos
Gênero:
Musical, Aventura
Formato:
Longa-metragem
Com: Roberto Carlos, Reginaldo Faria, José Lewgoy, Rose Passini
Nunca
fui um grande fã de Roberto Carlos, sempre achei aqueles especiais de
final de ano as coisas mais enfadonhas possíveis e as músicas dele jamais me
cativaram. É capaz de eu conseguir contar nos dedos de uma mão as que eu
conheço e nutro alguma forma de simpatia e ainda assim sobram alguns.
Isso
posto, Roberto Carlos em Ritmo de Aventura não é um filme feito para
mim, já que não possuo o sentimento de partida necessário para tentar aproveitar
a obra.
Afinal,
é um filme construído única e exclusivamente para glorificar o personagem
título numa jornada que vai do nada para o lugar algum ao longo de seus 97
minutos.
E
quando falo glorificar é glorificar mesmo. Em certa altura somos obrigados a
acompanhar quase seis minutos de um voo de helicóptero pelo Rio de Janeiro
sem qualquer propósito enquanto ele acenava para pessoas na praia ou em um
navio.
Além
de ser curioso notar que em momentos desse voo não havia uma viva alma nas ruas
do Rio de Janeiro, que sempre foi uma das cidades mais populosas do país.
Também
foi curioso ver uma perseguição de carro pela estrada do Corcovado sem
aparecer um único veículo em sentido contrário. Para um dos pontos turísticos
mais conhecidos do Rio de Janeiro é bem estranho.
Honestamente
foi surpreendente notar que algumas pessoas têm uma visão heroica do
personagem, visto que não há motivos para que ele mereça o posto.
Como
já dito, a ideia do filme é glorificar o seu protagonista, não por acaso Roberto
Carlos em Ritmo de Aventura era o último trabalho do cantor, e cuja trilha
embala a trama.
Havia
sentido entre as músicas e a história? Nenhum, nunca foi esse o propósito.
A
trama aparentemente acompanha as gravações de um filme protagonizado por Roberto
Carlos enquanto ele passa a ser perseguido por um bando de esquisitões que
pretendem raptá-lo para que um supercomputador com os dados coletados crie
ainda mais músicas e propicie dinheiro para todos.
Curiosamente
os momentos que envolvem o desenvolvimento do filme são os mais interessantes,
já que é nele que se encontram os dois personagens realmente interessantes, o
diretor Reginaldo Faria e o vilão Pierre (José Lewgoy).
Somente
nas partes que envolvem os dois é que dá para sentir um pouco de vivacidade.
O
segundo é o vilão francês contratado para o filme e que tem como sonho ao menos
uma vez derrotar o mocinho e sair vivo da história. Enquanto o primeiro tenta
seguir com a história, mesmo após ter perdido o roteiro do filme. E em dado
momento acontece uma quebra da quarta parede, ao conversar com Roberto
Carlos ao telefone descrevendo uma cena, enquanto ela acontecia com esse.
Além
disso, em certa altura Reginaldo Faria e Pierre iniciaram uma
discussão a respeito de uma força externa que teria controle sobre o
filme (figura essa que aparece apenas as mãos em alguns momentos) que fiquei na
expectativa de poder ser uma espécie de alter ego do diretor ou algo na linha,
mas que justamente após essa discussão foi sumariamente esquecido.
Outro
completamente esquecido no churrasco foi o diretor, que acabou ausente de todo
o terceiro ato do filme e cuja participação se encerra sem qualquer conclusão.
Quanto
aos bandidos, não há muito o que falar, são os tipos mais genéricos possíveis e
sem qualquer vida própria ou expressividade, tanto que o primeiro deles foi
abrir a boca quando o filme já estava caminhando para os finalmentes.
Além
de absolutamente incompetentes, já que se mostram incapazes de manter alguém
capturado por mais de trinta segundos, além de não conseguirem recuperar alguém
que estava num carro empurrado por outras pessoas.
Todos
eles são subordinados de Rose Passini cujo visual é o puro suco de
futurismo dos anos 1960 (e de Uma Aventura do Zico) com roupas
platinadas.
O
ato final foi tão desinteressante que me deu vontade de pesquisar sobre as Sete
Quedas das Cataratas do Iguaçu enquanto assistia aquilo.
Tudo
porque num dado momento Roberto Carlos sai de Nova York e vai
parar no Cabo Canaveral (que fica aproximadamente a quinze horas de
distância) num passe e lembrei de 007 Contra o Foguete da Morte
(Moonraker), em que o agente secreto entre de jet-ski no meio da Floresta
Amazônica e cai nas Cataratas do Iguaçu.
O
filme ainda conseguiu trazer uma referência a Lion Man (Funn Lion-Maru)
que só seria lançado em 1973. Visionário!
A
direção do filme ficou sob a responsabilidade de Roberto Farias, que
conta em seu currículo com O Assalto ao Trem Pagador.
Roberto
Farias que também contribuiu no roteiro, juntamente com Paulo
Mendes Campos.
O
Imortal é aquele que não forre no final!
Conhecendo o autor do blog, eu diria q ele gostou do filme. O seu típico mau humor ácido e resmungão foi bastante contido
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