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CASA ALPHA

Dados técnicos:

 

Nome original: Alpha House

Ano de produção: 2014

Duração: 88 minutos

Gênero: Comédia

Formato: Filme direto para o vídeo

 

Com: Julien Ari, Heather Paige Cohn, Chris O’Brien, Jean Louise O’Sullivan

 

Estive pensando em escrever esse parágrafo introdutório citando American Pie como um dos vários exemplos de filme americano que tem as famigeradas fraternidades americanas como foco, só que aí lembrei que a introdução delas se deu nos piores capítulos da série.

Enfim, filmes jovens americanos têm uma atração muito forte pelo universo das fraternidades, fugindo totalmente da realidade de quem não tem contato com esse tipo de mundo.

Imagina um filme sem carisma.

Bastaram 56 segundos dos intermináveis 88 minutos que este filme tem para eu ter tido aquele profundo arrependimento de ter assistido à essa joça. E olha que uns trinta segundo acabaram sendo consumidos com os créditos iniciais. Foi um sofrimento do início ao fim ter de acompanhar essa produção.

E eu finalmente entendi quando dizem que há filmes que são feitos para lavar dinheiro. É muito difícil de acreditar que este daqui tenha sido feito com alguma seriedade por parte dos seus realizadores.

Não há nada aqui que se salve, seja atores, roteirista ou diretor (e não por acaso a mesma pessoa acumulou as duas funções). Aparentemente todos os seres humanos que trabalharam nessa produção não têm a menor ideia de como um humano se porta. Eu ficaria assustado se tivesse o desprazer de ver alguém na rua agindo como qualquer um desses personagens.

Os atores apelam para “atuações” extremamente fora do tom e extremamente exageradas. Aqueles programas de humor do Multishow que se sustentam na base de uma gritaria sem fim conseguem passar mais credibilidade.

Aliás, ele é um filme que se enquadra como sendo de comédia, e não conseguiu me arrancar uma única risada, ele é muito mais próximo desses programas do Multishow do que eu poderia imaginar... E você aí reclamando de Thor: Amor e Trovão (Thor: Love and Thunder), que eu achei mais divertido do que seu predecessor.

Como é um filme focado nas fraternidades não dá para esperar uma grande inovação dos roteiros que nesse tema deve ter se esgotado já no primeiro A Vingança dos Nerds (Revenge of the Nerds). Desta forma, temos a fraternidade que dá título á obra, os “alfas”, a principal fraternidade da suposta universidade em que gira o filme. Fraternidade essa que é conhecida por suas festas sem fim e em que todos sonham em estar.

O foco da vez é em Cameron (Julien Ari) e Zack (Chris O’Brien) dois dos novatos admitidos na casa (junto com um grupo de marmanjos que eu não tenho o menor interesse em saber quem são) e a sua tentativa de se enturmar nessa nova realidade. Esses dois indivíduos foram os responsáveis por querer que eu desistisse dessa coisa logo antes do primeiro minuto, quem escolheu os “atores” deve ter catado eles na primeira esquina possível, pois eles - juntamente com todo o elenco, diga-se de passagem - fazem a menor ideia do que seja atuar, entregando para quem se dispõe a perder preciosos minutos da vida apenas ódio.

Por ser uma casa tida como problemática, Marshall (D.C. Douglas), o reitor da instituição, resolve impor uma “intervenção” transferindo um grupo de garotas para aquela fraternidade com o intuito de promover uma maior equidade de gênero e, quem sabe, um programa de fraternidades mistas, além de acabar com a dominação dos alfas. O distinto que escreveu esse roteiro deve ter se sentido o gênio por propor uma ideia dessas, que nem de longe é inovadora. De cabeça lembro do sofrível Green Green, que é apreciado por alguns aí, e que funcionou de uma forma menos estúpida.

Em razão dessa intervenção, o grupo de veteranos que comandava a fraternidade resolveu largá-la, deixando a responsabilidade toda para a proteção daquele espaço sagrado nas mãos dos novatos e em especial entregando o comando da casa à nossa dupla de protagonistas (uau!). Com isso, esse grupo de garotas lideradas por Kelly (Heather Paige Cohn), agindo seguindo as instruções de Marshall, começa lentamente o seu plano de expulsar os alfas remanescentes e assumir por completo o controle da casa.

Sim, a ideia era ter um programa de fraternidades mistas ao mesmo tempo em que os alfas deveriam ser expulsos do caso experimental. Sentido? Nenhum, e para que, né.

Paralelamente a isso temos um pouco de algo na história com a chegada de Melanie (Jean Louise O’Sullivan), o amor estudantil de Zack que convenientemente é transferida para esse grupo de garotas.

Com isso é iniciada uma competição para ver qual grupo que expõe mais o outro pelo campus em que nada acontece. Mas qualquer coisa realizada dentro da casa é motivo de expulsão Tivemos de um lado uma garota filmada em seu quarto que a medida em que se exercitava ia tirando a roupa e de outro a venda de um “calendário” com os membros da alfa nus enquanto usavam o banheiro.

O filme é um amontoado de coisas problemáticas, guardando espaço até para referência ao Faustão.

Pelo andar da carruagem em determinado momento cheguei a acreditar que a conclusão seria ainda mais óbvia do que foi. Temos um ponto positivo?

A forma como o plano do vilão foi revelada, se tivesse o famigerado diálogo expositivo dele contando tudo para os mocinhos, teria sido melhor.

É de se assustar o desespero por parte dos atores que aceitaram participar de um troço desses. Será que eles estavam precisando de colocar algo no currículo como primeiro emprego? Não é de se estranhar que passados dez anos do lançamento dessa coisa, nenhum deles tenha vingado.

Por três vezes usaram uma filmagem do que seria a parte externa da faculdade, e nas três vezes usaram o mesmo take. Fiquei me perguntando se eles tinham autorização para a filmagem.

O responsável por essa ideia de jerico foi Jacob Cooney, responsável por dirigir e roteirizar, na segunda função juntamente com Brandon Trenz. Como era de se esperar, não há nada digno de nota no currículo dele, salvo se você goste de A Maldição do Titanic (Titanic 666), que teve roteiro dele, mas aí eu não posso fazer nada.

Brandon Trenz tem ainda menos relevo em seu currículo.

Muito provavelmente o público-alvo do filme sejam adolescentes que queiram ver peitos aparecendo toda hora em tela sem o menor contexto, com direito a câmera lenta.

Ver alguém lambuzado de tinta ao pintar uma parede é sensual?

 

Supergêmeos... Ativar!

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