Pular para o conteúdo principal

MERCENÁRIOS DAS GALÁXIAS

Dados Técnicos:

Nome Original: Battle Beyond the Stars
Ano de Produção: 1980
Duração: 105 minutos
Gênero: Ação, Aventura, Sci-Fi
Formato: Longa Metragem

Com: Richard Thomas, Robert Vaughn, John Saxon, George Peppard, Darlanne Fluegel, Sybil Danning, Sam Jaffe, Morgan Woodward e outros.




Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que tinha feito uma introdução toda bonitinha falando com mais aprofundamento do papel de Akira Kurosawa e de uma provável influência de Stanley Kubrick no longa, mas como ela ficou bem grandinha e eu não iria saber citar todas as referências que utilizei para fazer o texto, já que tinha muita coisa que lembrei de cabeça enquanto escrevia, mudei para a atual, que vocês irão ver aí em baixo, que é bem mais simples, com informações publicas e sem levar crédito por trabalho alheio.



O trabalho de Akira Kurosawa é reconhecido e admirado em todo mundo, e algumas de suas obras possuíram uma notável influência no cinema, não é por acaso que pesquisa realizada pela BBC no final de 2018 acabou por condecorar quatro de suas obras entre aquelas cem maiores de língua não inglesa.

E no topo desta lista encontra-se Shichinin no Samurai (Os Sete Samurais) de 1964. Cuja trama foi replicada e recontada nas mais diversas roupagens deste o seu lançamento, sendo o caso de maior sucesso em The Magnificent Seven (Sete Homens e Um Destino), um Western de 1960, dirigido por John Sturges e roteiro de William Roberts.

Mercenários das Galáxias foi mais uma destes filmes a beberem da fonte de Kurosawa, só que desta vez com uma roupagem voltada aos Cosmos.

Quanto ao filme, Mercenários das Galáxias é um bom e divertido filme, que cumpre com louvor o seu papel, que é de entreter o público.

Os cento e cinco minutos de projeção não parecem se arrastar como em alguns outros casos.

Isso é. Tudo o que eu disse acima é mais fácil de absorver, se você for, assim como eu, um admirador das Space Operas, caso contrário irá enfrentar dificuldades para aproveitar o filme, com o louvor e descontração necessários.

A trama do filme é simples e de fácil absorção, em poucos minutos já estamos a par dela e acompanhamos o protagonista em sua missão.

O pacífico planeta Akir é atacado pelas forças do ditador galáctico Sador (John Saxon) na tentativa de conquistar mais um mundo, assim, coube ao jovem fazendeiro Shad (Richard Thomas) sair a bordo da única nave espacial existente no planeta para recrutar um grupo de mercenários dispostos a enfrentar o vilão.

Assim, em sua busca, ele consegue reunir o seu grupo que é composto pela “engenheira” (não sei como definir bem ela, já que não fica expressamente clara no filme a ocupação dela, somente a sua ótima habilidade com máquinas e computadores) Nanelia (Darlanne Fluegel), o Cowboy do Espaço (George Peppard) – sim, esse é o seu nome –, o mercador de escravos Cayman da Zona Lambda (Morgan Woodward), o assassino Gelt (Robert Vaughn), o ser multi-corpóreo e consciente Nestor (Earl Boen, John Gowens), e, a Valquíria Saint-Exmin (Sybill Danning).

Com meia hora de filme, todos já estavam reunidos e prontos para o plano de proteção de Akir.

É importante notar que apesar do bom número de personagens que são buscados para auxiliar o protagonista em sua jornada, cada um deles teve uma apresentação digna, sem demandar muito tempo, e que explica bem a motivação que levou cada um a aceitarem a missão.

Tá, nem todos, neste aspecto a aceitação de Nanelia, bem como a sua ida atrás do protagonista foi “rápida” demais, sem nenhuma mínima explicação coerente, ainda mais quando levada em consideração sua postura poucos minutos antes.

Na realidade, o casal protagonista do filme é um sério problema, sendo um ponto extremamente prejudicial, você não consegue se convencer por eles.

Não dá para ter certeza se essa era a ideia por trás dos roteiristas quando escreviam o filme, mas a visão de “amor” construída com base na ideia de “primeira vista” ou mesmo “puro” por detrás dos dois soa um tanto quanto forçada ou mesmo simplória. É importante ressaltar que toda a trama se passa no espaço de uma semana.

Acho que tomei certa birra pelo Shad.

Por ele ser o protagonista, acabei por notar nele mais “defeitos” do que nos outros personagens.

Ao longo de todo o filme ele passou de eu já ter visto aquilo em outro lugar, mas com mais defeitos à mostra. Ele acabou por se revelar uma tentativa de duplicação do sucesso alcançado por Luke Skywalker (Mark Hamill) no primeiro Star Wars (e sobre sua forte influência vou falar adiante), tendo, inclusive, a mesma profissão de origem, fazendeiro.

Ainda assim, não há AQUELE personagem marcante que cative todo mundo, um ou outro tem algum aspecto que chama a sua atenção e pode levar a certa simpatia.

Talvez você se simpatize pelo Cowboy do Espaço por conta do seu estilo bonachão; ou mesmo pelo assassino Gelt por ser marrento; ou talvez a sua preferência recaia pela Valquíria Saint-Exmin, dona de um visual bem chamativo (apelativo).

Neste aspecto, e de uma forma geral, o vilão Sador, apesar de pouco tempo em tela, acabou se saindo melhor e se mostrou “bom” e interessante sendo algo a destacar.

O filme ainda guarda outro aspecto negativo, mas que pretendo falar dele ao final.

Apesar destes aspectos negativos que apontei quanto aos personagens, o filme em si tem muitos aspectos interessantes.

A caracterização dos personagens é muito boa. Muito boa mesmo. Toda a equipe responsável fez um excelente trabalho. Mesmo naqueles personagens não humanos.

Para um filme de 1980, quando comparado com o que vemos hoje em grandes produções, o resultado do Cayman da Zona Lambda é primoroso. E, apesar de eu ter gostado bastante deles, o que deixaram a desejar neste aspecto acabaram sendo os Nestor, que ficaram um tanto quanto estranhos, mas mantiveram o padrão estranho ao longo de todo o filme.

Mesmo os subordinados de Sador receberam um bom tratamento.

[Já ia esquecendo, ainda bem que lembrei. Em dada altura do filme Sador perde o braço, aí a solução que os responsáveis pela produção arrumaram, foi colocar o braço do ator colado ao corpo, e ele com parte do braço para trás, para dar a sensação de “perda”, só que qualquer um nota o recurso que eles usaram]

A direção do longa ficou sob a responsabilidade de Jimmy T. Murakami, que não possui outros trabalhos de destaque na direção, mas nada que o impedisse de realizar um bom trabalho e ter entregado um filme agradável.

Por sua vez, o roteiro do filme coube a dois nomes John Sayles e Anne Dyer.

O primeiro é a mente por detrás do clássico Piranha, por sua vez quanto à segunda, não existe qualquer outro trabalho seu conhecido.

No meio disso tudo vez ou outra aparecia uma piada de cunho sexual.

Como já dito, o roteiro do filme sofreu uma forte influência de os Sete Samurais de Akira Kurosawa, contudo, ao assistir o filme dá para notar e perceber que houve também uma forte influência de Star Wars; não atoa, já que A New Hope (Uma Nova Esperança) fora lançado três anos antes e foi um marco na história do cinema.

Não só em seu protagonista que carrega fortes semelhanças com Luke, como o próprio Cowboy do Espaço por muitas vezes tem atitudes idênticas àquelas apresentadas por Han Solo.

Além destes, há, também, a própria maneira como se desenrola a apresentação das naves espaciais, com uma longa sequencia com a nave principal atravessando toda a tela, assim como as batalhas entre elas, a todo o momento você é chamado à sensação de que “isso é muito Star Wars”.

A própria arma principal do vilão se assemelha e muito ao raio da Estrela da Morte.
Desta forma, não tem como não deixar passar batido o papel influenciador de Uma Nova Esperança, ou então seriam muitas coincidências ligando os dois filmes.

Nada que desmereça a qualidade dos efeitos visuais do filme, que foram realizados com maestria.

Outra característica do filme que guarda semelhança com outros é a trilha sonora, que em muitos momentos me remeteu a trabalhos de John Williams, não só em Star Wars.

Logo no início parecia que iria tocar o clássico tema de Superman de 1978, e já no clímax do filme vieram acordes que remetiam a clássica Marcha Imperial de Darth Vader.

Quanto aos atores, não há muito que destacar.

Nenhum deles fez um papel vergonhoso, ou algo que enchesse os olhos, entregando o que era esperado.

Assim, partindo para a conclusão, Mercenários das Galáxias, como dito acima, é um filme bom e divertido que vale a pedida, apesar dos problemas que mencionei.

As horas que você passa em frente ao sofá serão bem recompensadas e divertidas, e não deixarão aquela sensação maçante ao final.

Em que pese outro problema.

Trata-se de um filme bem “esquecível”, depois de algum tempo você acaba não lembrando mais nada dele.

Foi o que aconteceu comigo, tem uns seis/sete anos quando tive a oportunidade de assistir a esse filme pela última vez, e quase nada dele eu lembrava quando fui rever agora, apesar de ter me divertido bastante assistindo a ele.

Só me lembrava da personagem Saint-Exmin e nem por ela em si, mas por conta da caracterização que adotaram para ela (quem assistir ou já assistiu vai entender o porquê), fora isso, mais nada.

Da para entender bem porque Mercenários das Galáxias se tornou um filme cult.

É estranho para alguém que gostou do filme apresentar tantos problemas nele?

Ah! O Diretor de Arte do filme, bem como Diretor Adicional de Fotografia, responsável pela fotografia dos efeitos visuais, e responsável pelo design e construção das miniaturas foi um iniciante James “Jim” Cameron (sim, Mercenários das Galáxias foi o seu primeiro trabalho).


Lutas pelas ruas.

Comentários

  1. É INCRÍVEL O ENORME DESCONHECIMENTO DE CAUSA DO AUTOR!!! O CARA FALA DE SAMURAI MAS NÃO TEM NADA DE SAMURAI NO ESPACO!! ISSO E SÓ PRA SATISFAZER O SEU ENORME EGO!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O ANEL DO DRAGÃO

Dados Técnicos: Nome Original: Desideria e l’anello del drago Ano de Produção: 1994 Duração: 114 minutos Gênero: Fantasia Formato: Filme direto para a TV Com: Anna Falchi, Franco Nero, Sophie von Kessel, Ute Christensen e Vladimir Furdik Tal qual Interzone , Desideria e l’anello del drago (O Anel do Dragão) fez parte por muitos anos do catálogo de filmes exibidos pelo SBT no Cinema em Casa , sendo difícil precisar se depois do período em que esteve na emissora de Silvio Santos ele chegou a ser exibido em alguma emissora obscura como a CNT , ou simplesmente não contou com mais exibições no Brasil. A título de curiosidade totalmente irrelevante, em todos os registros de filmes exibidos no Cinema em Casa , ele sempre contava com uma data de exibição bem próxima da de Internoze (inclusive em uma destas ocasiões, em 1997, que tive a oportunidade de conhecer eles). Quanto ao presente filme, foi bem mais exitosa a sua busca, sem precisar recorrer par...

CADA UM TEM A GÊMEA QUE MERECE

Dados Técnicos: Nome Original: Jack and Jill Ano de Produção: 2011 Duração: 91 minutos Gênero: Comédia Formato: Longa-Metragem   Com: Adam Sandler, Katie Holmes, Al Pacino, Elodie Tougne, Rohan Chand, Eugenio Derbez   Hora de falar outra vez de um filme de Adam Sandler e aqui ainda somos premiados com ele em dose dupla. É nessas horas que é importante escutarmos um “força” de quem quer que seja, porque, só assim para conseguir aturar uma tranqueira dessas. E “tranqueira” é a melhor palavra para descrever essa atrocidade que tive de rever. Pois é. Infelizmente já tive de assistir a esse troço em outra oportunidade e, bem, é aquele horror que fica em nossa cabeça por anos e anos, e mesmo mantendo a maior distância possível, em algum momento a sua mente te trai, e nos leva para o DUNCACCINO! Nem mesmo o sujeito que acabou de passar aqui na rua enquanto escriva esse texto, com um irritante som automotivo no talo, consegue ser tão desagradável. A todo ...

O MISTÉRIO DAS DUAS IRMÃS

Dados Técnicos: Nome Original: The Uninvited Ano de Produção: 2009 Duração: 87 minutos Gênero: Drama, Horror, Mistério Formato: Longa Metragem Com: Emily Browning, Arielle Kebbel, Elizabeth Banks, David Strathairn. Tal como o último filme, este carrega a mesma marca de ser indicado por alguém no momento em que houve a “travada” para os nomes que iriam integrar a lista de filmes que iria assistir para esta primeira temporada. Desta maneira, a mesma pessoa que me indicou The Lovely Bones (Um Olhar no Paraíso) acabou por me indicar este, e sempre que o assunto da lista ressurgia em nossas conversas, reiterava a “necessidade” que eu tinha de assistir a este filme dado os seus “atributos”. Pois bem, aqui estamos nós, e vamos a ele, carregando sempre uma ponta de preocupação, medo e agonia, afinal, fui devidamente advertido diversas vezes do que teria pela frente. Desta vez estamos diante de uma produção que é livremente baseada em uma obra coreana (...