Dados Técnicos:
Nome
Original: Jaws: The Revenge
Ano
de Produção: 1987
Duração: 89
minutos
Gênero:
Aventura, Terror, Suspense
Formato: Longa
Metragem
Com:
Lorraine Gary, Lance Guest, Mario Van Peebles, Michael Caine
Até
onde me lembro, jamais assisti a qualquer um dos filmes anteriores da franquia,
inclusive o primeiro, de enorme sucesso e que serviu de modelo para as
sequencias, tal qual essa joça que tive de assistir.
E
esse filme tá de parabéns, conseguiu juntar uma quantidade absurda de
personagens chatos por metro quadrado, não há um único sujeito que se salve
aqui. Toda hora eu pedia para o tubarão devorar alguém para que acabasse o mais
rápido possível essa tortura que me submeti.
Infelizmente
não tive tanta sorte, uma vez que a grande maioria conseguiu passar ileso em
meio aos ataques do esqualo, só se lascando aqueles personagens mais
irrelevantes. E a forma como esses personagens sobreviveram foi com um
constante abuso das formas mais inverossímeis possíveis.
A
certa altura do filme comecei a torcer para tudo não ser sonho de alguém que
tenha sobrevivido a alguns dos ataques ocorridos nos filmes anteriores e acabou
desenvolvido algum tipo de trauma pelos acontecimentos, teria sido bem mais
interessante, mas nada disso aconteceu. Agora mesmo me pergunto se algum dos
realizadores teria a capacidade de pensar algo nesse estilo, uma vez que parece
ser algo bem complexo comparado com o que nos presentearam.
Mas,
enfim, o mote do filme é o retorno do tubarão que promoveu os ataques nos
filmes anteriores (ou ao menos em um deles, afinal, como já disse, não assisti
a eles antes de me deliciar com essa quarta história então faço a mínima ideia
para onde as coisas estão rumando e no que diz respeito a alguma lógica
interna, se há, entre os filmes), mas agora buscando vingança contra os familiares
de Brody (Roy Scheider), responsável por repelir os ataques nos dois
primeiros filmes. Sim, o bicho levou as coisas para o lado pessoal (o que é
usado como “chamariz” no cartaz do filme).
E
dessa vez a jornada de vingança da criatura marinha se divide em dois locais,
iniciando-se em Amity, quando consegue fazer sua primeira vítima, e
concluindo nas Bahamas, enquanto vai atrás dos últimos do sangue de seu nêmesis.
E sim, de alguma forma jamais explicada o tal tubarão conseguiu desenvolver
funções extrassensoriais que lhe possibilitou identificar uma pessoa específica
que estava dentro de um barco e era justamente essa pessoa que ele queria
encontrar e mais adiante deu ele a chance de localizar pessoas que estavam a
centenas de quilômetros de onde ele estava e que se deslocaram por avião.
Custava
nada um narrador fazendo uma exposição preguiçosa logo nos créditos dizendo que
a criatura teve contato com algum lixo radioativo (eram anos 1980 e esse tipo
de solução estava na moda) permitindo o desenvolvimento de condições únicas para
realizar o desejo. Mas não, optaram por esse troço sem qualquer sentido e
lógica.
Aproveitando,
o filme tem 89 minutos e conseguiram reutilizar cenas, nem se deram ao trabalho
de usarem takes diferentes. Que preguiça constrangedora esse pessoal estava.
O
desejo do tubarão é tão somente a família Brody, tanto que por diversas
vezes ele teve a oportunidade de fazer outras vítimas, já que estavam bastante acessíveis
e nada acontece.
É
tanto personagem desinteressante, chato e com tomadas de decisões burras que se
tem aqui que não há a mínima vontade de explicar a importância de cada um deles
para o desenrolar da trama. Desta forma, Michael Caine tá aqui fazendo um
aviador (Hoagie) que se envolve com Ellen Brody (Lorraine Gray), viúva
de Brody, um daqueles romances mó empolgantes; e, Mario Van Peebles, que
deu vida ao excêntrico Kane, em Highlander III, agora é Jake,
um biólogo marinho. Ponto para o ator, que conseguiu dar vida a personagens tão
distintos.
Além
deles só há motivos para mencionar Thea (Judith Barsi), que conseguiu
ser a personagem mais insuportável do filme. Que criança chata. Os realizadores
deveriam ser responsabilizados por sujeitarem uma criança a tal situação. É uma
lástima o fim trágico que a atriz teve.
Os
demais personagens não são dignos nem de serem mencionados.
Os
responsáveis por escreverem tamanha atrocidade foram Peter Benchley e Michel
De Guzman.
Peter
Benchley é o autor do livro que serviu de base para o filme de Steven
Spielberg lançado em 1975, tendo sido creditado em todas as continuações. Acho
que ele não deve ter ficado feliz com o resultado desse troço aqui que foi
feito tomando por base os personagens que ele criou. Eu realmente consigo
entender os autores que desejam ter o controle criativo sobre o que fazem com seus
personagens, é totalmente justificável. A grande maioria das suas contribuições
estão relacionadas à franquia Tubarão (Jaws).
Desta
forma, Michel De Guzman acaba sendo a mente responsável por algo tão
chato. Não tendo sido responsável por nada auspicioso nem antes nem depois de
Tubarão 4 (Jaws: The Revenge).
A
direção ficou sob a responsabilidade de Joseph Sargent, mais conhecido
por dirigir filmes voltados diretamente para a TV, e que conta como grandes
marcas do seu currículo ter dirigido um episódio da série original de Jornada
nas Estrelas (Star Treck) e onze de O Agente da UNCLE (The Man from
U.N.C.L.E.).
Espero
não ter de rever a esse filme.
A
fraternidade é uma das mais belas invenções da hipocrisia social.
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